quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Composição I fim

Bem, encerrou-se o ciclo das obras perdidas.
A Composição I guarda muitas relações com as que orquestrei nos dois últimos meses: inícios e fins abertos e indefinidos.  Acho que assim quis figurar a relação de morte e continuidade além da morte dessas pinturas.

Acabando o ciclo, lembrei das atividades que normalmente faço:
Eu abro um arquivo, coloco algumas ideias e vou trabalhando nelas. Componho direto na partitura, ouvindo várias vezes os sons que escrevo.
Depois, fecho esse primeiro arquivo.
O que vem em seguinda é como a escrita de um poema: cada novo dia retomo o arquivo anterior, refaço, corto, acrescento, como os versos que vão sendo eleborados um após, um verso corrigindo o outro.
Cada arquivo eu identifico numerando-o em ordem crescente. Assim, há a sucessão de dias e arquivos em ordem cronológica.
Alguns dias ou sessões eu me concentro mais expandir algum material de arquivo anterior, que produzir novos materiais.
No fim, é mais alteração que novos materiais. E fica para o fim também a revisão de tudo, principalmente notação, articulações, dinâmicas e divisão em partes.
Na Suíte Orquestral Heliodoriana eu ia compondo e marcando as divisões em parte e seções, pois me valia muito de materiais temáticos de natureza harmônica-melódica, e de alterações programadas a cada 4 compassos.
Aqui, me aproximei mais de uma escrita marcada pela performance, pela improvisação. Então o fim da sessão marca quase o fim/início das partes.

Em Composição I há vários finais, como tentativa de marcar algo que acabou mais que se prolonga além de sua destruição.


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