sábado, 30 de março de 2019

vídeos

Encerrado ontem o vídeo para a composição IX< depois de três longas sessões.


Temos usados técnicas e diferentes ênfases para os vídeos.

O de Composição IV seguimos o texto de Kandinsky que propunha divisões e um horizonte narrativo de sua obra. Para tanto, optou-se por um zoom em movimento na tela e inserção de esboços do quadro no vídeo. O movimento dentro da tela acompanha a narrativa previamente definida. Porém, no curso da elaboração do vídeo, com a ampliação da tela, podemos ver diversos planos-detalhes que não eram possíveis de se observar antes. Isso determinou correlato detalhamento da dinâmica de visualização. O que era definido antes em termos mais gerais era a divisão da tela em duas grandes narrativas: a da esquerda, relacionada à guerra, e a da direita, à paz. Com a ampliação da tela, mais cenas se acrescentam à narrativa geral de cada metade do quadro. Assim, o que antes fora planejado é reorientado in loco, no momento de sua realização. As sessões de elaboração dos vídeos convertem-se em redefinições da compreensão do quadro. Muitas dessas redefinições são contempladas pela trilha sonora prévia. Outras não. Dessa forma mesmo que haja um eixo de orientação, um fio narrativo conduzido pelo arquivo de som, esse eixo não contempla toda a apreensão da tela.
Esse tipo de resultado deve-se ao modus operandi do processo criativo desta pesquisa, na qual uma etapa de pré-produção do vídeo separa o arquivo de som do vídeo. Outra possibilidade seria a de elaborar o som durante as imagens. Mas daí seria uma outra pesquisa. 

quinta-feira, 28 de março de 2019

Anotações ao livro de A. Nakov : as linhas sinuosas diagonais

Em seu livro Kandinsky, secret. L'énigme du premier tableau abstrait, Andrei Nakov apresenta descrição de processo criativos e opções artísticas de Kandinsky, em torno da abstração.
A partir da constatação da presença pictórica da aura, Nakov aponta a produção de movimentos ascencional do tipo espiralado ,movimento energicamente lançado sobre um eixo oblíquo.(217)
Exemplo: Kuppeln ( Casal), de 1909


Veja-se o arco em vermelho que distende da esquerda para a direita.  Este movimento ascencional seria a base para as Composições 5,6,7 e para Tableau aver cicle (1911)


A tela, considerada a primeira pintura abstrata, é repleta desse movimento oblíquo de formas, como se vê também em Murnau Garden II (1910)



Outros exemplos: Improvisação 11(1910)

Bootsfahrt, 1910(Promenade Barque)

Improvisaton 31 (Batalha marítima)(1913)

Improvisation 35(1914)

Improvisation 34 (1913)



"O elemento aquático é colocado bem em destaque ... O movimento ascencional cujo início é fortemente acentuado na parte esquerda do quadro é perfeitamente explícito em sua extremidade direita, gracás à uma larga linha vermellha em zigue-zague, figura vitalista de natureza quase microbiológica e que , como um relâmpago, estrutura esta parte da composição sobre a vertical. (...) Como uma explosão biológica, radiante vitalidade incontrolável, as formas abstratas se propagam com uma energia colorista que se assemelham ao frenesi das formas em gestação; indefinidas, e não definíveis propagam-se nas mais diversas direções. "223.

quarta-feira, 27 de março de 2019

FIlme sobre Kandinsky


"ich sehe was, was du nicht siehst


Link:alemão  https://www.youtube.com/watch?time_continue=242&v=JPjhpcsJYIk

Link versao em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=cf5FvgJ7Lhk

Composição IX. dificuldades

Ao seguir um rígido sistema de homologia entre os compassos e as régua de medição do quadro, o trabalho de composição foi se tornando cada vez mais árduo. Eram muitas possibilidades de materialização: o quadro possui as faixas diagonais que funcionam como acordes, os quais iriam para um segundo ou terceiro plano sonoro. Ao mesmo tempo, temos as figuras que flutuam no quadro. Eu comecei por uma abordagem linear: ir fazendo tudo seguindo a sucessão numérica de compassos e pedaços do quadro. Mas, além do cansaço de
diversos elementos que aparecem simultaneamente e atravessam as medições, temos um problema concreto de instrumentação: se se escolhem certos instrumentos para as cores, para os acordes, e este acordes/faixas diagonais duram por compassos, tais instrumentos ficam inelegíveis enquanto usados. Assim as opções da paleta instrumental vão diminuindo. Essa restrição demandou soluções criativas, como a de construir as faixas diagonais/acordes de uma maneira não estática, valendo-se de uma 'cesta'de timbres: ou seja, atribuir a cor a mais de um instrumento, e ir trocando o instrumento, para que ele se encontre disponível para outra atividade que a de terceiro ou segundo plano.
Esse foi um grande desafio, pois eu contava com a decisão de ter uma paleta menor para o quadro, seguindo as escalas atribuídas à Composição IX, que possuía as menores dimensões quanto as outras composições. Eu tratei te interpretação essa escala específica da Composição IX em termos de limitação da paleta instrumental e da duração da obra. A orquestração da Composição IX terá a menor duração de todas.
Ao mesmo tempo, será a que apresentou até agora as maiores dificuldades de composição.

Além da paleta instrumental, me vi prisioneiro do método desenvolvido para a orquestração: o diagrama da pintura, dividiu a obra em 33 segmentos, que logo no início igualei a 33 compassos. Então eu teria a cada compasso o segmento correspondente da divisão artimética da pintura em 33 segmentos. Usando um andamento mais lento, 60 bpm, depois de trabalhar em quase dois terços da obra, eu notei que o tempo total da obra iria ficar em 90 segundos. Aqui, em um primeiro momento me confundiu e fiquei meio preocupado. Pois seria a metade daquilo que eu pensava para a obra, cerca de três minutos.
Uma solução tola, que experimentei, foi de dobrar o tempo da obra e mudar Tempo (Time signature)de 6/8 para 12/8. Eu resolvi algumas coisas nos primeiros compassos. De fato, na primeira versão o tema/cor dos trompetes entrava muito seco, forte, com um sentido de urgência. Ao dobrar a duração das notas e passar para 12/8 essa entrada brusca era amenizada. Mas daí a confusão começou: os eventos ficaram desincronizados. Todo o trabalho anterior de correlação entre a metragem das figuras na tela e os compassos foi comprometido. Pois o tempo atribuído aos elementos era aquele mesmo e não outro. Depois de algum tempo tentam corrigir globalmente, decidi parar com essa atividade e voltar para compor a obra na sua fórmula de compasso original.  Ainda, me voltei mais para as faixas diagonais/acordes, encerrando essa parte no dia27 de março. De fato, este último mês foi de muitas interrupções na orquestração, com a volta as aulas e o trabalho na chefia e muitas leituras, especialmente do livro de Andréi Nakov: Kandinsky, the Enigma of the First Abstract Painting ( IRSA Institute, Cracow, 2015).
Para visualizar melhor a correlação entre a metragem da tela e a dos compassos coloquei barras verticais a partir do início das faixas diagonais.


quinta-feira, 21 de março de 2019

Kandinsky Acadêmico

Über die Glaubensvorstellungen der Permjaken und Syrjänen (1989)
(Sobre as Crenças entre os

 Wologda-Tageguch (1889)
Diário de campo da viagem ao Wologda
Viagem realizada entre 28 de Maio de 1889 a 3 de julho de 1889.




Auslegung der Theorien des Ehernen Gesetzes und des Arbeiterfonds (1893)

segunda-feira, 18 de março de 2019

Palestra sobre Kandinksy Composição VI

Composição VI, de W.Kandinksy: tradição do ‘dilúvio em música’ e uma estética da destruição/regeneração do cosmo

Marcus Mota- UnB

Há uma longa tradição de recriação de narrativas bíblicas por obras musicais (LETELLIER,
2017). Dentre tais narrativas a do dilúvio possui grande produtividade, sendo ponto de partida
para compositores tão diversos como Michael Angelo Falvetti (Il Dilluvio Universale,1682),
Camile Saint- Säens (Le Deluge, 1876) e Igor Stravinsky (The Flood, 1958), entre outros. Os
desafios de se construir tal cataclismo universal impulsionam a busca de diversos recursos e

efeitos, os quais correspondem respostas aos mitemas ou elementos da narrativa (LÉVI-
STRAUSS, 2017). Nesta comunicação, apresento os mitemas básicos da narrativa do dilúvio
e os procedimentos usados para sua reelaboração nas ações de Falveti, Saint- Säens e
Stravinsky. Após a listagem desses elementos e recursos, passo a análise da pintura
Composição VI, de Wassily Kandinsky que dialoga tanto com os mitemas quanto com os
processos sonoros de dramatização do fim do mundo pelas águas. A pintura, além de conter
diversas referências a instrumentos musicais e a traços que se aproximam de eventos
acústicos, foi uma das poucas obras que o próprio Kandinsky comentou (LINDSAY & amp;
VERGO, 1994). Assim desdobrando-se em analista de si mesmo, Kandinsky explicita a
musicalidade como horizonte de tradução das dimensões estéticas do dilúvio. O cataclismo
universal é atravessado por sons de diferentes fontes: os gritos dos que morrem,- animais e
seres humanos,- da fúria da natureza, e das trombetas dos anjos. Como o som em suas
ondulações, o cosmo é destruído e recriado. Não seria, enfim, a música dramática para o
dilúvio uma apoteose da musicalidade? As análises e discussões aqui apresentadas inserem-se
em projeto de pesquisa em desenvolvimento a partir do edital Universal CNPq 2016, no qual
se propõe elaborar, a partir do estudo do conjunto de pinturas denominadas Composições, um
ciclo de peças orquestrais (MOTA, 2018).




1- Il Dilluvio Universale,(1682) de Michelangelo Falvetti 1642 – 1693
Link vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=214VRk-wVQM


Sigo a edição de Fabrizio Longo, publicada pela Società Messinese di Storia Patria,2001.
Ponto de partida: narrativa bíblica Gênesis 6-9.
É um oratório para vozes(solo e grupo) acompanhadas por Violino (1 e 2), Viola, um Arquialaúde(contínuo), Trombone e Órgão.

As personagens são
1- JUSTIÇA DIVINA (Contralto)
2- RAD , Esposa de Noé( Soprano)
3- Noé ( baixo)
4- Deus ( Baixo)
5- Morte (contralto)
6- Natureza Humana (Soprano)
7- Água (Soprano)

O coro se desdobra representado Elementos:  água (soprano), Ar (soprano), Fogo (tenor), Terra (baixo).

Partes:
a- No céu
Prólogo(Justiça Divina e os Elementos) (I sinfonia, II)
Diálogo ( Noé, Rad, Natureza Humana, Morte)
b- Na terra

C- Dilúvio
Sinfonia da tempestade (instrumental) XVII
Morte XVIII

D- Na Arca de Noé

Coro XXXI Final

A parte que nos interessa é a C, com duaas partes.
Na seção XVIII (1-57 compasssos). (entra no minuto 34:56 do vídeo) Duração 1:27.
Ela se inicia com uma seção instrumental que interpreta a queda da chuva, dos timbres mais agudos para os mais graves, e a rápida formação da tempestade.





No compasso 13 entram as vozes, também das mais agudas às mais graves. Vozes e instrumentos projetam ao seu modo e simultaneamente a tempestade que destrói a vida no mundo.




O coro canta:




"A fuggire, à morire,  Vamos fugir, vamos morrer!
coraggio, soccorso,    Coragem, socorro
ah miseri, ardire,       Ah miséráveis de nós, atrevidos

a fuggire, à morire.   Vamos fugir, vamos morrer!
Si tenti lo scampo,    Quando tento a fuga
ad ogni flutto in una tomba inciampo " a cada onda em um túmulo tropeço"


Tal choque de contrários demonstra a tensão que interpreta a luta pela sobrevivência, como bem comenta Fabrizio longo em sua edição:  " le vittime pronunciano termini contrapposti che Falvetti fa loro ripetere più volte: “ardire”, “coraggio”, “fuggire”, “a
morire”, quasi a sottolineare una resistenza dell’uomo, o almeno un tentativo che rende più drammatico il momento.(XVIII)"

Então entra ária da Morte.



2- Camile Saint- Säens (Le Deluge, 1876) 
Link vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=73tNt-F61JY

O oratório é dividido em 4 partes:
1- Prelúdio Instrumental
2- Corruption de L'Homme/ Colère de Dieu/ Alliance avec Noé
3- L'Arche — Le Déluge (7:50)
4- La Colombe — Sortie de l'Arche — Bénédiction de Dieu

O dílúvio é estruturado na sucessão de mudanças timbrísticas a cada 4 compassos.
Alternânciade escalas cromáticas entre Flautas, clarinetes e Fagotes sob uma cama de cordas em trêmulos nas cordas
 Construção em crescendo e ascensão para as regiões mais agudas. Depois a mesma estrutura se desfaz, em calma. 


3-  Stravinsky, The Flood (1962)
Link: vídeo com score: https://www.youtube.com/watch?v=fy_zLV6cqt8 ( começa em 15:15) Dura: 2:35. 
Link: vídeo doo show para a tv. https://vimeo.com/18597173 


  1. Prelude
  2. Melodrama
  3. The building of the Ark (choreography)
  4. The catalogue of the animals
  5. The comedy (Noah and his wife)
  6. The Flood (choreography)
  7. The covenant of the rainbow\


1-Stravinsky apresenta suas ideias sobre a obra em
Expositions and Developments, Igor Stravinsky, Robert Craft pp.123- 127.
2- Stravinsky and Balanchine, de Charles Joseph. pp277-304
3- Noah im Kalten Krieg: Igor Strawinskys Musical Play"The Flood
de. Hannah Dübgen
4- Stravinsky's 'The Flood' . Anthony Payne

"The representation of the flood itself is one of the most striking inspirations in the whole score. Stravinsky paints the rising and subsidence of the water purely by means of geometric shape and phrase-growth. The whole piece is conceived at a dead-level dynamic and in a uniform tempo which possess a choking inevitability beyond the capabilities of diminuendi and accelerandi. Formally it is an exact palindrome, with the rising of the waters pictured in three broad strokes and the subsidence in their reversal. Within this pattern two elements interact, an expansion and contraction of barred units finally reaching I2/I6 at the flood's height, and a search in the endless string ostinato for a coherent exposition of RI-F sharp. This form is bounded by C sharp and F sharp, and as the whole movement is founded on a fluctuating G sharp-D sharp pedal, we have a further example of the chromatic expansion of telescoped cadences mentioned above. Ex.9 shows the beginning of this accumulation. For the preliminary rising of the flood the time signatures reach I I/16 only to fall back, while the ostinato periodically throws up the opening of RI-F sharp (bracketed in Ex.9)
and between whiles meanders through segments of other row-forms which include relevant notes. As the waters gather themselves once more the metre increases methodically at a beat per bar until I2/I6 is reached, and the serial ostinato finally discovers its way, commencing with notes I to 6 and adding one note extra at each repetition so that the efforts of line and metre finally coincide (Ex.io). In fact these are not the only means used to focus attention on the flood's progress. The bar marked 'x' in Ex.9 interrupts less frequently as the high water approaches, and the chord that underlies the ostinato is re-attacked at increasingly short intervals, the whole moreover being played off against the steady pattern of the solo brass line. These minute calculations of phrase and rhythm bring the texture alive from top to bottom with changing mutual relationships, and the result is a dramatic coup of considerable power."pp 7-8

5- Il Diluvio’ stravinskijano tra aspetti simbolici e tecnica seriale M. Locanto

















domingo, 10 de março de 2019

Kandinsky e a poesia I/ Poemas sem palavras.



1- Stichi bez slov ( Poemas sem palavras), publicadas em Moscou em 1903.


A- LINKS

Link: https://www.moma.org/collection/works/71433

https://monoskop.org/images/5/5b/Kandinsky_Stikhi_bez_slov_1903.pdf

https://www.moma.org/s/ge/collection_ge/objbyppib/objbyppib_ppib-12_sov_page-5.html


B- DESCRIÇÃO

É composto por 15 xilogravuras (12 + 1 de capa, 1 de índice, uma extra) em um fundo preto de papel cartão.

Em ordem título das xilogravuras:





1- Capa com Título e autor ( V. Kandinsksy. Poemas sem Palavras)



2- Índice

3- (1) Reno



4- (2)Entardecer



5- (3) Rosas



6- (4) Lago da Montanha


7- (5) Espectadores



8- (6) Velho Vilarejo



9- (7) O dragão


10- (8) Burburinho



11- (9) Proscênio{Saída}


12-  (10) Noite


13-  (11) Combate



14-  (12) A Caça


15- (13) {Extra, sem título}



Kandinksy  publicou um catálogo de novas xilografias em 1909/1010, compreendendo materiais realizados em 1907. O catálogo chama-se Xilografias e foi publicado pela revista de arte
Les Tendances nouvelles, em Paris.  Este material compreende 8 xilogravuras:
1- Capa
2- Índice
3- Les Chevaliers ( Os vavaleiros)
4- Les Oiseaux (Os pássaros)
5- L'Église ( A Igreja)
6- Les Bouleaux ( Vidoeiros/ Bétulas)
7- Les Femmes aux Bois ( As Mulheres entre as árvores)
8- Contracapa.




D_ Bibliografia:


Friedel, Helmut, and Annegret Hoberg, eds. Kandinsky: Das druckgrafische Werk/The Complete Prints. Exh. cat. Munich: Städtische Galerie im Lenbachhaus und Kunstbau, 2008.

Roethel, Hans K. Kandinsky: Das graphische Werk. Cologne: DuMont, 1970.



Nadia Podzemskaia, Colore, simbolo, immagine: origine della teoria di Kandinsky
Ainda, sobre o tema:

Dematerializing Verbal and Visual Matter. Wassily Kandinsky's Bitextuality”, inThe Aesthetics of Matter. Modernism, the Avant-Garde and Material Exchange = European Avant-Garde and Modernism Studies, Vol. 3, eds. S. Bru and P. Nicholls, Berlin-New-York, Walter de Gruyter, 2013, pp. 94-106. ISBN 978-3-11-031737-4.


The Interartistic Concept in Kandinsky’s Paintings. The Image/Text problem.
Vassilena Kolarova


Link: http://cf.hum.uva.nl/narratology/issue004_index.html








sábado, 9 de março de 2019

escrita e outros pensamentos

Já algum tempo venho pensando nessa relação de Kandinsky como multiartista e a escrita.
Afinal, de contas, ele é um pesquisador com formação acadêmica, formação essa que se expressa em publicações e texto.
Nas primeiras décadas do século XX, vemos Kandinksy envolvido com artes gráficas, pintura, desenho, pintura em vidro, música, poesia, teatro e dança.  O que atravessa tais modalidades é um tipo de registro/produção de experiência - a escrita.

No livro
Symbolist Aesthetics and Early Abstract Art: Sites of Imaginary Space, de  Dee Reynolds ( Cambridge University Press, 1995.), temos o seguinte:
uma ambiguidade entre imagens figurativas e signos abstratos.


quinta-feira, 7 de março de 2019

Composition IX

Seguindo a tabela

Faixa amarela-laranja: trompete e violas(laranja) 1- 13,5(ponto 0)
Faixa azul-verde: Cello, flautas, e um pouco de violino (verde) 19,4(ponto )
Faixa laranja -vermelho 18,3 (ponto 05=6) Trombones/trompas/ Carrilhão de Orquestra
Faixa vinho-púrpura:  13,3(ponto 10=11) Viola, contra-fagote.
Faixa laranja claro-escuro: 18,2 ( ponto 15=16). Piano em registro médio.
Faixa Verde Claro: Violinos(frequência média)

Acordeão

Introduzindo o acordeão como instrumento típico da Composição 9.
Depois do trabalho com Composição VIII, a terceira a ser elaborada, resolvi introduzir um novo instrumento em cada obra.
Como estamos em Paris, resolvi inseri a sonoridade do Acordeão.

Entre as músicas de estudo, ouvir a Canzone, de  Hans Abrahamsen  Link:https://www.youtube.com/watch?v=LWP8Fwnx14A

a-trillos são bem vindos
b- acordes graves em sucessão
c- staccatos cordais,  melodias em staccato.
d- alternâncias das mãos esquerda/direita (graves/agudos)
5- tremolos
6- notas rápidas em escalas ascendentes.
7- polifonias com as mãos alternadas.
8-sustentação de dissonâncias em região média, dando uma sustentação de tempo/espaço


Essa sustentação de nota é uma marca. 

sexta-feira, 1 de março de 2019

COmposição IX início

Depois de toda essa preparação, comecei a música.
Me senti motivado pela ideia de dissonância extrema, ou seja tensões entre sétimas maiores, ou segundas menores.
Estou compondo seguido o quadro, compasso a compasso, como se o repintasse com sons.
Está interessante o processo - com os ouvidos e com os olhos.
De fato, a relação entre os números na tela, e os números na partitura, mesmo sendo arbitrários, promovem uma desafio multissensorial.
Abaixo os primeiros oito 'compassos' da pintura.
Primeiro elaborei o som para a figura amarela no compasso 1. Logo no compasso 2 e até o tré me surge no algo essa mancha-círculo, cujas cores se ligam ao corne inglês. Não esquecer que embaixo já surge a faixa azul. Todas as faixas serão acordes em glissandi. Aí já entra a monstruosa figura da caixa com rabo e um feto dentro. A decifrar.
Uma coisa é certa, os sons de fundo, triângulos e faixas, vem com uma menor intensidade.


Composição IX e réguas no Photoshop



Usando a régua do Photoshop, temos que o quadro vai de 0 a 33,02 {34,2} na horizontal, e 0 a 19,02 {20,02) na vertical.

1- A área amarela inicial vai de 0 a 14,4. {13,4)
2- A faixa um vai de 14,4 a 19,4 (4,8)
3- A faixa dois vai de 19,4 a 24,3 (4,7)
4- A faixa três 24,3 a 29,2 (4,5)
5- A faixa quatro 29,2 a 34,2 (4,4)
6- A área verde clara, com a imagem invertida,  vai 15,03 a 34,02 (11,5)


Como  composição IX é a menor de todas, a duração de seu arquivo de som será o menor.
Segundo os dados abaixo, a Comp. IX se aproximaria de Comp X, ficando pois na casa dos 3 min.

Se for assim temos algumas proporções para entender a duração das áreas/acordes de background. A música se articularia, em um de seus níveis, na sucessão dessas áreas acordes.
 Há várias soluções possíveis, mas a que vai ser adotada aqui será a distribuir a música em 180 segundo a partir de compassos de 6 tempos. Isso vai dar 30 compassos de seis tempos. O conjunto de 30 compassos se aproxima do total de 34 conjuntos de 10 centímetros da régua do fotoshop. Como temos algumas assimetrias (diferentes tamanhos das áreas amarela e verde, e diminuição progressiva das faixas, podemos inserir compassos nesses espaços de passagem e coordernar a relação tempo/espaço.

Importante notar a aceleração nas faixas em virturde de sua diminuição de tamanho.
E ainda em à área amarela vai crescendo em sentido horizontal, no tempo e no eixo vertical, nas frequências. Ou seja a música começa começa e segue com o som da área amarela ficando mais agudo e em crescendo.




Obra
Ano
Cidade
Dimensões
Status
Duração Audiocena
I
1910
Munique/Murnau
?
Destruída
3.min, 30s.
II
1910
Munique/Murnau
200 x 275 cm
Destruída
3min, 35s.
III
1910
Munique/Murnau
190 x 250cm
Destruída
3 min, 14s.
IV
1911
Munique/Murnau
159.5 × 250.5 cm

Dusseldorf, Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen

5min, 29s.
V
1911
Munique/Murnau
190.0 x 275.0 cm

Coleção Privada
3min, 42s.
VI
1913
Munique/Murnau
195.0 × 300.0 cm
São Petersburgo, Museu Hermitage
5min, 04s.
VII
1913
Munique/Murnau
200.0 × 300.0 cm
Moscou, Galeria Estatal Tretiakov

VIII
1923
Dassau
140.0 × 201.0 cm
Nova York, Museu Solomon Guggenheim
3min, 26s.

IX
1936
Paris
113.5 × 195.0 cm
Paris, Centro Georges Pompidou

X
1939
Paris
130.0 × 195.0 cm
Dusseldorf, Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen

3min, 18s